Esporte Olimpíada

A Olimpíada Inusitada

agosto 24, 2016o¤° SORRISO °¤o


Apesar de todos os problemas econômicos e políticos pelos quais o Brasil passa, além dos problemas que os cariocas enfrentam diariamente com segurança, transporte público, saúde, salários do funcionalismo público atrasados, o mosquito do vírus Zika, que praticamente desapareceu durante o evento (talvez não goste de Olimpíadas!), e até possíveis ataques terroristas (!) do Estado Islâmico, tudo seguiu o mais tranquilo possível dentro do nosso padrão “carioquês” diário. 

Mostramos ao mundo que podemos, SIM, fazer um evento de tal magnitude, com sensibilidade e originalidade. Não escondemos quem somos e as dificuldades pelas quais passamos. Não camuflamos nossas mazelas. “Os Jogos não foram organizados numa bolha, mas em uma cidade em que há problemas sociais, e onde a vida real continua durante a olimpíada”, declarou Thomas Bach, presidente do COI. E mostramos ao mundo que podemos ser excelentes anfitriões. Apesar de tudo. 

Torcida Diferente, à Moda da Casa 

Apesar de tudo isso, não só os cariocas, mas todos os brasileiros mostraram como recepcionar, torcer e até interagir com visitantes e com os atletas durante as competições. O calor humano, a simpatia e a alegria típica dos cariocas e do povo brasileiro foram cruciais para o sucesso desta 31ª edição dos Jogos Olímpicos. Com certeza, foi o maior destaque de todo o evento. E o que vai deixar mais saudades. 

Usain Bolt, o jamaicano tricampeão olímpico, se rendeu à torcida 

Michael Phelps, a Lenda com seus 5 Ouros e 1 Prata, foi ovacionado no Parque Olímpico da Barra

Entrega de medalhas aos maratonistas, no último dia, em pleno Maracanã:
Ouro - Eliud Kipchoge (Qênia); Prata - Feyisa Lilesa (Etiópia); Bronze - Galen Rupp (Estados Unidos)


Mesmo quando forças (não tão ocultas assim) tentaram denegrir a imagem do povo e de sua torcida nos Jogos Olímpicos mostramos ao mundo que não é bem assim. Como o caso do nadador americano Ryan Lochte, de 32 anos (e com o pé na aposentadoria), não poderia ter feito mais feio: aproveitou-se da má fama do Brasil de ser um país sem segurança e inventou um assalto para encobrir sua “pulada de cerca” e seu vandalismo. Teve que pedir desculpas e perdeu patrocínios

Até mesmo um representante do país cujo lema é Liberté, égalité, fraternité (Liberdade, igualdade, fraternidade), o francês Renaud Lavillenie, exibiu toda sua arrogância (e a completa necessidade de um psicólogo!) por não conformar-se em ter perdido no Salto com Vara para o brasileiro Thiago Braz e chamou a torcida de nazista e a si mesmo de Jesse Owens, atleta americano e ativista do movimento negro. Patético! Não vamos esquecer que com toda a pressão, realmente, nazista da época (Jogos de Berlim 1936) e com a presença do próprio Hitler no estádio, Owens ganhou suas provas. No pódio, mais vaias para o francês! 

Eu não concordo com o que chamam de “futebolização da torcida”. Acho que pela primeiríssima vez o mundo entendeu o que é, realmente, torcer por algo e alguém. Aqui nós torcemos. Aqui nós interagimos. É assim que somos. É esporte, estádio, quadra, arena! 

Olimpíada Sul-Americana, Chupa que é de Uva   

A primeira Olimpíada da América do Sul fez bonito. Apesar de não causar o mesmo impacto que a cerimônia de abertura, a festa de encerramento foi bela e mostrou a diversidade cultural do Brasil. A festa teve início com uma contagem regressiva e mostrou “araras” bailarinas formando os Arcos da Lapa, o Bondinho do Pão de Açúcar, o Cristo Redentor, o logotipo da Olimpíada e os Anéis Olímpicos, enfim, os símbolos do Rio de Janeiro e da Rio2016. 

Bailarinos vestidos de araras representaram o Pão de Açúcar 

O Cristo Redentor

As "araras" bailarinas formaram os Anéis Olímpicos


Entre os discursos longos, inflamados e populistas dos Srs. Carlos Arthur Nuzman (presidente do COB Comitê Olímpico Brasileiro) e Thomas Bach (presidente do COI Comitê Olímpico Internacional) selando o sucesso estrondoso que foi a Olimpíada Rio2016, tivemos muitos jogos de luzes e muita música popular e, principalmente, nordestina e que culminou com um grande Carnaval, com direito a carro alegórico, e em pleno mês de agosto, com todos os atletas entrando em campo e caindo no samba junto com os passistas que encerraram, com estilo, a cerimônia dos Jogos Olímpicos. A alegria substituiu o drama da despedida. 

Atletas confraternizaram e caíram no samba

Teve até Carro Alegórico no fim da festa


Claro que deve ter tido um monte de gente por aí falando mal por causa das músicas, danças e artes nordestinas. Além das antigas marchinhas de carnaval e dos clássicos da MPB, como Tom Jobim. Mas, para essa gente, eu só tenho a dizer:  Tô nem aí! As vozes desses não vão falar mais alto que a calorosa e tão falada torcida brasileira. 

Dança e Música, a Comemoração  

A festa foi divertida, dançante e tipicamente brasileira, mesmo debaixo de chuva. Adorei a mulher rendeira; as 27 crianças cantando o hino nacional e virando as estrelas da bandeira do Brasil; dançarinas de frevo; o artesanato de barro criando vida; o poema de Arnaldo Antunes sobre a palavra Saudade (sentimento que só existe em português) e recitado por ele mesmo; a cantora Roberta de Sá interpretando a pequena notável Carmen Miranda; o tributo de Martinho da Vila a Pixinguinha, Noel Rosa e Braguinha; o agradecimento de Lenine aos voluntários com uma adaptação de sua música “Jack Soul Brasileiro”. 

A Mulher Rendeira invadiu o Maracanã

Carmen Miranda, a Pequena Notável, divulgou o nome do Brasil

Crianças representaram os estados do Brasil e o Distrito Federal na bandeira


Entrando pelo Cano, com Super Mário Bros. 

Mas o ponto alto mesmo foi a divertidíssima aparição de Super Mário, personagem do game homônimo de sucesso mundial da gigante japonesa Nintendo. Abrindo a apresentação para os próximos Jogos Olímpicos, o Primeiro-Ministro do Japão, lá em Tóquio, atrasado para a festa de encerramento no Maracanã, transformou-se em Mário e utilizou o cano do nosso amigo e famoso encanador e atravessou o planeta, desde o Japão até o Rio de Janeiro. Sabia que isso era possível! E, eis que surgiu, bem no meio do Maraca, vestido de Super Mário (!), e roubando a cena, Shinzo Abe, o Primeiro-Ministro japonês, que deu início a uma pequena apresentação do que esperar em Tóquio, no Japão, em 2020. Acho que foi um toque do humor carioca emprestado ao comportado povo japonês. Só pode! 

Apresentação para Tóquio 2020

Monte Fuji, cartão postal do Japão, e o convite para ver todos em Tóquio 2020





Apague a Luz, o Fim da Festa  

E para encerrar, um lindo efeito de chuva (virtual) que, quase não foi necessário, para apagar a Pira Olímpica, que agora só será acendida em Tóquio 2020. E ao som de “Pelo Tempo que Durar”, de Marisa Monte e Adriana Calcanhoto e cantada por Mariene de Castro, os Jogos Olímpicos chegaram ao fim. 

A Pira Olímpica foi apagada com uma chuva virtual


E tudo deu certo no final. Até o Brasil conseguiu a sua melhor colocação em Olimpíadas, 13º lugar, com 7 medalhas de ouro, 6 de prata e 6 de bronze, totalizando 19 medalhas conquistadas na Rio2016.  

Medalhas dos Jogos Olímpicos do Rio 2016 - Ouro, Bronze e Prata

Arthur Nory e  Diego Hypólito:
Medalhas de Prata e Bronze na Ginástica de Solo Masculino 


As profecias do fracasso e do vexame, das águas poluídas e dos consertos inacabados, do zika vírus e das doenças, dos assaltos e até do terrorismo caíram por água abaixo. E a chuva que abençoou atletas, público, artistas e voluntários durante a festa de encerramento, também lavou a alma de todos nós brasileiros. Fizemos uma excelente Olimpíada!  

O Rio de Janeiro agradeceu o público em vários idiomas


Beijos mil! :-)
Criss


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